Turmas do curso ARTES - LITORAL, turno Matutino, 2° Semestre, ano 2023
Imagem do curso 2 2023 Mover-se entre retratos e paisagens - experimentos fotográficos INTERAÇÕES CULTURAIS E HUMANÍSTICAS Prof MICHELE SCHIOCCHET
2° Semestre - 2023
A proposta dessa ICH é investigar formas de se criar registros investigando tanto o conceito de retrato quanto o de paisagem, partindo de uma premissa de que os espaços e as pessoas se co-constituem. Como é possível retratar algo que é dinâmico e em constante mudança? Quantas versões temos de nós mesmos? Como os modos de representar o espaço pode mudar as formas de percepção e uso desse espaço?


Quando caminhamos pela cidade nos apropriamos dos elementos que percebemos associando-os aos nossos arquivos pessoais, que são influenciados por nosso corpo, nossa cultura, modificando estes registros em diferentes níveis. A apropriação é um exercício criativo. E esse exercício pode ser de imaginação, de construir mundos possíveis, considerando que o imaginário, principalmente quando compartilhado, não é menos real do que dados objetivos que possam ser comprovados ou conferidos.
Registros e fragmentos da história presentes no espaço, por vezes emergem, sendo reafirmados ou questionados, e novas escritas surgem (efêmeras ou não), redesenhando o espaço, adicionando percepções e pontos de vista.
A cartografia sensível é uma forma de investigar o espaço. Se a cidade é uma construção humana sobre a natureza, escrita e lida em tempo real, que forças incidem no modo como este texto é escrito e vivido? Com que objetivos registramos, grafamos, riscamos? De que modos o ato de marcar, de registrar e de narrar alteram a qualidade das experiências vividas? De que modo as superfícies, fluxos em rede e símbolos que permeiam nossa experiência pelo espaço definem nossa percepção e prática do mesmo? Existe uma mediação simbólica desses espaços ou a própria prática subverte e se apropria do universo simbólico produzido pela comunicação midiática?
Proponho um olhar onde a percepção é também uma ação na qual nosso corpo está engajado e que muitos dos gestos e articulações simbólicas que sentimos necessidade de fazer, são atos que embora estéticos, são também formas de estar no mundo e de elaborar experiências cotidianas de modo compartilhado.