1. Muitas pessoas ou coletivos são e permanecerão invisibilizados na sociedade. Não serão efetivamente vistos pelo Estado, pela mídia, pelas famílias, pelas pessoas. Inclusive pelos próximos delas/deles;
2. Vez ou outra podem merecer uma parcial pseudo-atenção, muito mais com interesses escusos e não com a intenção de valorizar, incluir, solucionar demanda, entre outras reais necessidades;
3. A concorrência desleal, o desamor, a competição, os interesses econômicos, as manobras políticas, as simulações e a infeliz cultura do “tirar vantagem” afastam a compreensão de preceitos elementares ao Bem Viver que é “oportunidade para construir outra sociedade, sustentada em uma convivência cidadã, em diversidade e harmonia com a natureza” (JOSÉ MARIA TORTOSA);
4. Assim, invisibilizados aumentarão, entre outros porque dentro “do capitalismo não há solução para a vida” (ANA ESTHER CECEÑA) gerando a necessidade de melhor analisar o Bem Viver, que conforme ALBERTO ACOSTA, não nega o individuo e busca impulsionar a Vida em “harmonia dos indivíduos em comunidade como parte da Natureza”. Para ACOSTA, o Bem Viver “supõe uma visão holística e integrada do ser humano imerso na grande comunidade da Pacha Mama”;
5. Assim, a Educação Humanitária Solucionária, de forma interdisciplinar, provocou-me para a teoria do Bem Viver pois estamos, todos, como animais, inseridos na Pacha Mama. Estou compreendendo que a Educação Humanitária Solucionária, assim como o Bem Viver, provoca para “os bons conviveres”. Cada uma delas não está como “simples conceito”, mas sim como “vivência”;
6. Invisíveis, total ou parcialmente, são: 1) Os SUICIDAS, cujas razões, sinais ou clamores não são percebidos por quem está perto; 2) a maioria das PESSOAS IDOSAS, destratadas nos ambientes familiares ou nas infindáveis filas de socorro; 3) grande parte dos DESEMPREGADOS, desabrigados pelo sistema e sem condições para a recomposição da dignidade perdida; 3) grande parte dos APOSENTADOS, que permanecem contribuindo financeiramente ao Estado, sujeitando-se a busca de ocupação para vencerem as adversidades de um sistema previdenciário injusto e sintonizado com matizes do Estado explorador; 4) parte considerável da JUVENTUDE, submetida a falácias em muitas escolas, presa ao sistema reprodutor das regras de dominação e que não avança na formação cidadã e para a libertação;
7. No âmbito da invisibilidade, na esfera animal, além dos casos apontados acima, outros animais são invisíveis, no todo ou em parte, apenas no Brasil e a saber: a) Os JEGUES, transformados em iguaria comestível, abatidos sob os olhos de autoridades e do sistema de vantagens; b) as ABELHAS, em desaparecimento por conta das mudanças climáticas, muito mais pela ação predatória da exploração desenfreada praticada pelos humanos; c) os PEIXES de água doce, que sofrem pela contaminação dos rios e pela limitação dos cursos de agua para a Pequenas Hidrelétricas ou empreendimentos causadores de desastres ambientais – que são lembrados apenas quando explodem, estouram;
8. “Demoramos muito tempo para perceber nossa identidade planetária...A história avançou pelo lado ruim” (KARL MARX) e assim, animais não humanos prosseguem invisíveis – mesmo estando próximos de muitas pessoas. Basta Observar uma famosa Declaração Universal que em um dos seus artigos define: “Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir. Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito”. (grifamos).;
9. E daí? Alguns animais, próximos de nós, que estão privados de liberdade e apesar de eventual justificativa, são visíveis ou estão invisíveis?
10. Grato, Paz e Bem.
Celso Leal