Sim, as escolas da Tomada de Decisão Naturalística e da abordagem Política são extremamente relevantes porque aproximam a teoria da realidade vivida nas organizações. Ao contrário dos modelos prescritivos, que muitas vezes assumem contextos ideais e decisões racionais, essas abordagens reconhecem que o mundo real é marcado por incertezas, múltiplos interesses, restrições de tempo e uma constante necessidade de adaptação. Elas contribuem ao trazer uma compreensão mais realista, humana e estratégica dos processos decisórios.
Ambas emergem como respostas a contextos onde decisões precisam ser tomadas sob pressão, com informações incompletas e consequências significativas. Embora tenham origem em ambientes como o militar, centros cirúrgicos ou usinas nucleares, locais em que o erro pode ter um custo altíssimo , seus princípios dialogam diretamente com setores que operam sob alta velocidade e complexidade, como o ecossistema de tecnologia e inovação.
Assim, gostaria de trazer algumas pontuações que ao realizar a leitura da apostila consegui refletir no dia a dia para trazer algumas pontuações às discussões do fórum:
Em meu contexto de empresas de base tecnológica, onde atuo, é comum que decisões críticas sejam tomadas com base em experiência acumulada, simulações mentais rápidas e leitura de padrões do mercado. O modelo RPD, por exemplo, reflete perfeitamente o que acontece quando se faz necessário decidir rapidamente se deve mudar o rumo do produto, se deve captar capital ou mudar a estratégia de aquisição de clientes. Não há tempo para comparar múltiplas alternativas com calma: o que conta é reconhecer a situação, acionar a vivência prévia e testar mentalmente a viabilidade da ação.
Já a perspectiva política se manifesta de forma sutil, mas igualmente presente. Mesmo em estruturas horizontais e estruturas ágeis, há disputas por priorizações, recursos escassos, atenção dos líderes ou pelo alinhamento com investidores. Saber navegar essas relações, formar coalizões e buscar o patrocínio de vozes influentes no ecossistema é tão decisivo quanto a capacidade técnica. A política, nesse sentido, não é algo negativo — é parte do jogo real de fazer uma organização avançar com múltiplos interesses em movimento.