As escolas NDM (Tomada de Decisão Naturalística) e política trazem, sim, contribuições importantes para entendermos a tomada de decisões em organizações, porém não podem ser generalizadas para todas as estruturas organizacionais ou contextos decisórios.
O modelo da NDM é particularmente aplicável em ambientes e contextos desafiadores, nos quais a tomada de decisão é dificultada por fatores como problemas mal definidos, dinamicidade, objetivos variados ou conflitantes, pressão do tempo, consequências significativas ou múltiplos agentes envolvidos. Nesses cenários, o julgamento de profissionais experientes, baseado em reconhecimento de padrões, se mostra fundamental.
Entretanto, essa abordagem perde relevância em situações menos complexas, como aquelas em que há tempo e recursos disponíveis para análises estruturadas, processos padronizados ou automatizados, ou mesmo decisões de rotina. Além disso, quando os decisores não têm repertório suficiente para identificar padrões, a aplicação da abordagem naturalística pode levar a decisões equivocadas, já que ela depende não só da avaliação situacional, mas também da adaptação contínua durante o curso de uma ação.
Por sua vez, a escola Política revela o papel de disputas de poder, influência e negociação dentro das organizações, especialmente em decisões estratégicas. Contudo, ela também tem limitações. Há contextos em que a abordagem política perde força ou relevância, como:
· Situações com predominância de critérios técnicos ou especializados;
· Cenários emergenciais, nos quais não há tempo suficiente para negociação;
· Organizações submetidas a regulamentações rígidas de órgãos externos (como a ANVISA);
· Estruturas organizacionais enxutas com forte cultura colaborativa, como startups.
Portanto, essas escolas são extremamente úteis quando situadas em seus contextos apropriados, mas é necessário reconhecer os limites de sua aplicabilidade para não incorrer em generalizações indevidas.