Como o comportamento dos dirigentes influencia a confiança interna e a tomada de decisões?

Como o comportamento dos dirigentes influencia a confiança interna e a tomada de decisões?

par Fabiana Alessanda dos SANTOS,
Nombre de réponses : 2

A governança começa no comportamento porque os dirigentes moldam, na prática, o que é aceitável dentro da organização. Valores como transparência, ética e responsabilidade fortalecem a confiança entre equipes e tornam as decisões mais alinhadas ao interesse coletivo.
Por outro lado, quando líderes agem com incoerência, favorecimento ou pouca clareza, a cultura de governança fica fragilizada, mesmo que existam regras e estruturas formais.
No fim, o comportamento diário dos dirigentes define se a governança será apenas “no papel”.

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Re: Como o comportamento dos dirigentes influencia a confiança interna e a tomada de decisões?

par Igor Andrade Araújo,
Embora o comportamento dos dirigentes seja um elemento central para moldar a governança na prática, é importante reconhecer que o cenário corporativo real nem sempre segue uma lógica linear entre conduta ética e desempenho organizacional.
Apesar de comportamentos inadequados fragilizarem a cultura e a governança, fatores como capacidade de capitalização, força de marca e estratégias de mitigação também influenciam o resultado final.
Existem certos mecanismos de reputação corporativa, como o GPTW (Great Place to Work), que podem ser obtidos mediante práticas que não necessariamente refletem a realidade diária dos colaboradores. Essas certificações se tornam instrumentos de marketing pouco relacionados à governança real da empresa.
Assim, embora a governança comece no comportamento, é possível que análises críticas mostrem que nem sempre empresas eticamente frágeis desaparecem e nem sempre culturas premiadas refletem ambientes saudáveis.
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Re: Como o comportamento dos dirigentes influencia a confiança interna e a tomada de decisões?

par Jerônimo Augusto Barreto Baptista,
A governança começa no comportamento porque os valores dos dirigentes são a origem do principal conflito que ela busca resolver: o "problema do agente-principal" (SILVEIRA, Alexandre Di Miceli da. Governança corporativa no Brasil e no mundo: teoria e prática. 2010, p. 35). A teoria econômica parte do princípio de que os gestores ("agentes"), como todos os indivíduos, buscam maximizar seu bem-estar pessoal (op cit. p. 34). Esse interesse individual pode criar um conflito com os interesses dos proprietários ("principais"), que é o de maximizar o valor da empresa (op cit. p. 2, 35).

A governança começa no comportamento porque os valores dos dirigentes são a origem do principal conflito que ela busca resolver: o "problema do agente-principal" (op cit. p. 35). A teoria econômica parte do princípio de que os gestores ("agentes"), como todos os indivíduos, buscam maximizar seu bem-estar pessoal (op cit. p. 34). Esse interesse individual pode criar um conflito com os interesses dos proprietários ("principais"), que é o de maximizar o valor da empresa (op cit. p. 2, 35).

Valores individuais desalinhados comprometem a cultura de governança quando um dirigente toma "decisões que maximizam a utilidade pessoal dos gestores" (op cit. p. 36) em vez do interesse da organização. Isso pode incluir desde gastos desnecessários (op cit. p. 38) até o uso de recursos da empresa para promover causas sociais que o executivo valoriza pessoalmente, gastando o dinheiro dos acionistas (op cit. pp. 73/75).

Inversamente, valores éticos fortalecem a governança. O livro indica que as "preferências dos gestores" são um dos fatores que determinam a gravidade dos problemas de governança (op cit. p. 40). Executivos com "maior senso ético", por exemplo, tendem a gerar menos custos de agência para a companhia (op cit. p. 40). A governança torna-se mais necessária justamente na "ausência de comportamento ético" (op. cit. p. 27), o que demonstra que a conduta ética do líder é, por si só, um mecanismo fundamental de alinhamento.