Ainda sobre a netnografia

Ainda sobre a netnografia

por VIVAZ ERNESTO FRANCISCO BANDEIRA BANDEIRA -
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Pensar a «etnografia» como a captura ou fotografia dos «etnemas e atropemas» in natura, agora apropriada (com as devidas modificações) pelo pesquisador para estudar fenómenos que se dão no espaço virtual/ciberespaço, mediado pela internet, implica necessariamente considerar o seguinte:

1.      O que o pesquisador quer estudar? (ex: sociabilidades, práticas de consumo mediático, fenómenos comunicacionais, questões identitárias e de linguagem, etc.)

2.      A partir de que ângulo ou perspectiva irá estudar? (observação, inserção, contato intra-subjetivo)

3.      Que critérios de confiabilidade e filtragem da informação irá usar?

Todos estes aspetos são determinados pela pergunta de pesquisa, formulada em função do problema da pesquisa. O problema e a forma como a pergunta é formulada irão determinar os objetivos da pesquisa e estes ditarão as opções metodológicas para estudar o objeto. E todas estas questões devem ter uma base comum: as posições epistemológicas assumidas pelo pesquisador! (a este respeito, veja-se o livro recentemente publicado pelo antigo Reitor da UFPR, José Henrique de Faria, intitulado «Introdução a epistemologia: Dimensões do ato epistemológico»).

Contribuição para o que a Adriane apresenta

Considero que a netnografia é, por excelência, uma técnica de pesquisa qualitativa e, neste sentido, o que conta não é sua perspectiva extensiva, mas sua natureza intensiva. O que chama de padrões previsíveis, deverá, na minha opinião, ser visto como comportamento típico em função de um contexto e grupo bem definidos/específicos, sem pretensões de generalizações (ou talvez até rever o conceito).

Na linha interacionista simbólica de George Herbert Mead (1950), é possível compreender o comportamento de cada turma, já que o professor é o mesmo, contanto que terá de considerar os jogos de significados que emergem do contexto (ciberespaço, grupo de alunos, professor, as matérias, os recursos usados, as linguagens, etc.), também ele simbólico, que determinam tais comportamentos/ações dos sujeitos que quer estudar.

Abraços