Qualidade e Quantidade: Categorias Indissociáveis de Pesquisa

Eu acredito que a discussão entre pesquisa qualitativa e quantitativa está mal colocada. Se considerarmos a proposição do filósofo da ciência Bernard Lonergan, este nos diz que a pesquisa científica se complementa entre a investigação clássica (sistemática) e a estatística (assistemática). Assim, o saber sistemático sempre se complementa com o estatístico, uma vez que aquilo que não é passível de ser sistematizável só poderá ser conhecido pelas leis estatísticas e vice e versa - ampliando o conhecimento científico que temos dos fenômenos. Aquilo que é sistematizável gera por si só barreiras no conhecer e por conta disso precisaremos lançar mão do assistemático.  Isso significa que se utilizarmos apenas de pesquisas qualitativas que tragam algum nível de sistematização (aprofundamento) do que estamos a estudar, em algum momento as descobertas ficarão estagnadas e não irão se desdobrar em novas descobertas, porque nos faltará o conhecimento estatístico sobre o que estamos pesquisando para além dos limites do que já se sistematizou do que está a se pesquisar. Isso independe se se utilize pesquisas qualitativas ou quantitativas uma vez que o conhecimento cresce pela complementaridade dessas duas áreas: pesquisa clássica e estatística. Por conta disso, creio que a verdadeira discussão é como criar uma complementaridade de pesquisas sistemáticas e assistemáticas ao longo de um programa de pesquisa.