Cultivo de relações éticas e fluxos de diálogo na prática, difícil, mas não impossível!

Cultivo de relações éticas e fluxos de diálogo na prática, difícil, mas não impossível!

de Caroline Inácio Bonatto -
Número de respuestas: 4

A qualidade da governança depende muito da relação entre o conselho e a diretoria. Quando existe diálogo constante, clareza nas informações e respeito aos papéis de cada agente, o trabalho flui de forma mais transparente e estratégica. Mais do que simplesmente cumprir reuniões formais, o que realmente fortalece a governança é a construção diária de confiança: compartilhar informações relevantes, ouvir diferentes perspectivas e manter coerência entre o que se fala e o que se faz. Essa combinação cria um ambiente em que as decisões se tornam mais sólidas,alinhadas ao propósito da organização e menos sujeitas a ruídos ou conflitos desnecessários.

Na prática, creio que o maior desafio não é apenas criar canais de comunicação, mas sustentar uma cultura em que conselho e diretoria se sintam seguros para trazer problemas, admitir os erros e discordar com respeito. Em muitos contextos, marcados pelo “jeitinho” e pela desconfiança, como trouxe no fórum semana passada, construir essa relação leva tempo e exige exemplo diário da liderança. Quando a alta administração assume essa postura de abertura e coerência, a confiança deixa de ser só um "discurso bonito" e passa a fazer parte da forma real como a governança acontece no dia a dia.

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Re: Cultivo de relações éticas e fluxos de diálogo na prática, difícil, mas não impossível!

de GABRIEL GUSMÃO MENDES DA SILVA -
Caroline, curti muito o que você trouxe. Achei bem real quando você fala que o desafio não é só abrir canal de comunicação, mas fazer com que conselho e diretoria se sintam à vontade pra trazer problema, admitir erro e discordar sem medo. Isso, na prática, é bem mais difícil do que parece.

Concordo também com a ideia de “construção diária de confiança”. Não adianta ter discurso bonito de governança se, no dia a dia, a liderança reforça o jeitinho, esconde informação ou evita temas delicados. Quando o topo dá exemplo de abertura e coerência, como você comentou, o diálogo deixa de ser formalidade de reunião e vira parte da cultura. Aí sim a governança começa a fazer diferença de verdade nas decisões.
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Re: Cultivo de relações éticas e fluxos de diálogo na prática, difícil, mas não impossível!

de Giuliana de Siqueira -
Caroline, muito bom! Principalmente a parte onde você comenta sobre o compartilhamento de informações relevantes em uma construção diária de confiança. Acredito que esse ponto é essencial para o fortalecimento, visto que, contribui com um ambiente mais transparente e eficaz.
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Re: Cultivo de relações éticas e fluxos de diálogo na prática, difícil, mas não impossível!

de Airton Braga -

Concordo com sua reflexão, Carol. A relação entre conselho e diretoria realmente se fortalece quando existe diálogo constante, clareza nas informações e respeito aos papéis. Mais do que as estruturas formais, é a prática diária de transparência e coerência que constrói confiança.

O maior desafio, como você destacou, é sustentar uma cultura em que seja possível trazer problemas e discordar com respeito. Em muitos contextos isso leva tempo, mas quando a liderança dá o exemplo, a governança se torna mais madura, ética e alinhada ao propósito da organização.

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Re: Cultivo de relações éticas e fluxos de diálogo na prática, difícil, mas não impossível!

de Jeferson de Paula -
Carol, sua análise dialoga diretamente com um dos pontos mais sensíveis da governança: a passagem do discurso para a prática. Concordo que canais de comunicação, por si só, não garantem relações éticas; o que realmente sustenta a governança é a qualidade das interações. Um aspecto que considero essencial é a criação de “ambientes psicologicamente seguros”, nos quais diretoria e conselho possam expor fragilidades operacionais sem receio de julgamentos. Esse tipo de ambiente fortalece a transparência e reduz o risco de informações serem filtradas ou apresentadas de forma estratégica.

Outro ponto relevante é que a confiança não se constrói apenas por abertura, mas também por previsibilidade. Quando o conselho age de forma consistente, respeitando processos, prazos e seu papel institucional, a diretoria passa a enxergar o diálogo como espaço técnico e não disciplinar. Isso diminui ruídos, incentiva contribuições mais honestas e reforça a ideia de governança como um processo contínuo, e não como um evento pontual.

No fundo, como você destacou, a ética e o diálogo só se consolidam quando se tornam hábitos cotidianos. E esse movimento depende profundamente do exemplo da liderança, que é quem define, na prática, o padrão de relacionamento esperado na organização.