Não bastam regras claras, metas bem definidas e valores cuidadosamente estabelecidos se esses princípios não estiverem presentes no comportamento diário não apenas dos gestores, mas de todos os colaboradores. A governança formal, quando não aplicada no cotidiano da organização, torna-se apenas um conjunto de documentos.
Governança é, antes de tudo, comportamento. É a coerência entre o que está escrito e o que é vivido. Quando os indivíduos internalizam os valores organizacionais e os traduzem em ações consistentes, a governança deixa de ser um algo formal e se transforma em resultados e desempenho.
Podemos refletir sobre isso até mesmo em nível pessoal. Quando trabalhamos em uma empresa cuja cultura, estrutura ou modo de agir não condizem com nossa forma de pensar, dificilmente conseguimos desempenhar nossas funções de forma plena. Da mesma forma, quando colaboradores e líderes atuam em desacordo com os princípios organizacionais, seja por falta de alinhamento, motivação ou coerência, cria-se um ambiente disfuncional, no qual a governança se fragiliza e os resultados são comprometidos.
Por isso, a governança começa antes das regras: ela nasce nas atitudes. É na decisão ética do gestor, na postura responsável do colaborador, na transparência das relações e na prática constante dos valores que a governança realmente se estabelece. Uma organização só alcança maturidade em governança quando seus princípios são vividos com naturalidade, transformando-se em parte da identidade.