A governança começa no comportamento

A governança começa no comportamento

de Jeferson de Paula -
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A afirmação de que “a governança começa no comportamento” evidencia que nenhuma estrutura formal (por mais sofisticada que seja) é capaz de assegurar boas práticas se os dirigentes não atuarem de forma ética, coerente e responsável. A literatura de governança corporativa destaca que valores pessoais, como integridade, senso de justiça, transparência e responsabilidade, funcionam como o primeiro filtro para a tomada de decisão. Assim, quando líderes demonstram esses valores em suas atitudes cotidianas, criam um ambiente organizacional propício ao diálogo, ao respeito às regras e à mitigação de conflitos.

Entretanto, o contrário também é verdadeiro: quando dirigentes adotam comportamentos oportunistas, autoritários ou omissos, comprometem toda a cultura de governança, gerando assimetria de informação, fragilidade nos controles e perda de confiança. Nesses casos, a estrutura formal de governança  existe apenas no papel, sem efetividade.

Portanto, a governança não se inaugura em regulamentos, mas no caráter dos líderes. É a conduta dos dirigentes que sinaliza, para toda a organização, qual é o padrão aceitável de decisão, convivência e uso do poder. Essa reflexão nos leva à seguinte pergunta: até que ponto o comportamento ético dos líderes é capaz de transformar a cultura organizacional, mesmo em ambientes que ainda não possuem estruturas formais de governança plenamente desenvolvidas?